Investigadores encontram-se a estudar formas de provocar o arrefecimento do cérebro de forma rápida mas sem lesar as estruturas corporais. Este procedimento pode diminuir de forma importante os danos cerebrais após um EAM, dado que o arrefecimento diminui o metabolismo celular e, consequentemente, as necessidades energéticas são inferiores.
Para se compreender melhor este assunto, cito na íntegra o artigo publicado no Ciência Hoje.
in Ciência Hoje 08 de Janeiro 2009
De acordo com a revista "New Scientist", os investigadores acreditam que diminuir quatro graus centígrados da temperatura do cérebro reduz o metabolismo das células cerebrais, limitando a sua 'fome' de oxigénio em momentos cruciais em que há problemas de irrigação sanguínea.
No passado, os médicos induziam a hipotermia terapêutica com pacotes de gelo ou com mantas refrigeradas a todo o corpo ou injectando nas veias uma solução salina fria, técnicas que - ao esfriar todo o corpo - podem aumentar os riscos de infecções e de pneumonia, segundo a mesma revista.
Bridget Harris, estudante de Medicina da Universidade de Edimburgo, Irlanda, criou uma espécie de 'capacete refrigerador' (consiste em duas camadas de «nylon» que se ajustam à cabeça, uma sobre a outra, e a mais próxima à pele tem pequenas perfurações) através do qual pode ser induzida uma ligeira hipotermia no cérebro. O 'capacete' aproveita a densa rede de vasos sanguíneos no couro cabeludo que transportam o sangue ao cérebro. O ar frio passa entre as camadas e as perfurações permitem que o ar penetre na pele em intervalos regulares, levando ao arrefecimento dos vasos sanguíneos.
Segundo a "New Scientist", a aplicação desta técnica em voluntários permitiu, em uma hora, arrefecer o cérebro em um grau centígrado, feito que, mais ou menos, é alcançado com os métodos tradicionais de refrigeração do corpo inteiro.
Com o objectivo de conseguir uma mudança mais rápida na temperatura do cérebro, outros investigadores encontram-se a desenvolver diferentes técnicas, como o arrefecimento da cavidade nasal, para arrefecer o sangue antes que este chegue ao cérebro.
Estudos realizados em animais indicam que a utilização desta técnica pode arrefecer o cérebro até 2,4 graus centígrados em uma hora, segundo a mesma publicação.
Outra possibilidade é arrefecer o sangue procedente dos pulmões (uma vez que as artérias carótidas vão directamente do peito à cabeça), uma técnica que está a ser desenvolvida actualmente por um grupo de cientistas do Argonne National Laboratory de Illinois, nos Estados Unidos.
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