O Visão Enfernal volta e a REvolta contra a Enfermagem como arte continua. A sua afirmação como ciência voltará a tomar lugar neste blogue, centrando a sua essência na divulgação da mais recente evidência científica.
comentar
publicado por Visao ENFernal, em 30.01.09 às 12:19link do post | favorito

 

Com muito prazer coloco no blogue mais um post do Enfº. Nuno Abreu, com uma reflexão muito interessante sobre a essência da Enfermagem.

Porque é que nós Enfermeiros Portugueses conhecemos pouco da história portuguesa da nossa profissão. Sabemos muito da evolução de enfermagem desde Florence Nightingale, porque claro, marca o início da  enfermagem moderna, mas da nossa história pouco sabemos. Será que enfermagem em Portugal só começou quando as ideias dessa Sra começaram a ser utilizadas em Portugal?

119 anos antes de “Notes on Nursing” , Frei Diogo de Santiago produz  a Postilha Religiosa. No seu segundo tratado “Arte de Enfermeros” . São cinquenta e nove capítulos sobre como assistir enfermos e advertências sobre a aplicação de medicamentos, um verdadeiro manual de boas práticas. Cito alguns excertos, com conceitos bastantes actuais.

"Os remedios, que applicares aos enfermos, sejaõ só pela vossa maõ, e a tempo; que as medicinas dilatadas se privaõ do nome de remédio, disse Quintilliano. Nunca deis remedio bebido sem primeiro ser mechido, e agoa ao enfermo para lavar a boca, por evitar o perjuizo de o lançar fóra. Tende muito, e muito particular cuidado nos numeros, que trazem os medicamentos, para que naõ haja equivocaçaõ na applicaçaõ delles; e naõ só nos numeros tereis esta vigilancia, mas também na cor, cheiro, e qualidades delles; porque nas boticas sucede muitas vezes porem-se os numeros errados, como eu tenho varias vezes experimentado, e outros muitos Enfermeiros, o que se tem remediado com a experiência dos remédios.“

In: Fr. Diogo de Sant-Iago, Postilla religiosa e arte de enfermeiros. 1741, §

109. Edição Fac-símile. Lisboa, Edição Alcalá, 2005, p.76

A preocupação como o erro clínico já era evidente. Não é a regra dos cinco certos, mas quase…

"Todos os dias de manhã, e tarde fareis visita particular aos enfermos, principalmente aos que tiveres de mayor cuidado, para dares ao Medico informaçaõ do que lhe fizestes, e como tem passado; porque alguns enfermos naõ sabem dar a indicaçaõ necessaria; e o Medico, quando os enfermos saõ muitos, naõ se póde lembrar do que a todos tem mandado fazer: o que vós remediais com muita facilidade, assim pela informaçaõ, que delles tendes adquirido, como pela lembrança, que na taboa da visita tendes formado, sem a qual naõ visiteis nunca com o Medico, ainda que os enfermos sejaõ poucos, que naõ he razaõ que a vossa memoria seja fiadora da vida, ou saude do enfermo"

IN: Fr. Diogo de Sant-Iago, Postilla religiosa e arte de enfermeiros. 1741, §

108 Edição Fac-símile. Lisboa, Edição Alcalá, 2005, p.75

A importância do registo de enfermagem……ou dos sistemas de informação.

Este tratado é um contributo importante na nossa história, e deve-nos lembrar o longo caminho que percorremos como profissão (de apenas executantes a profissionais que conceptualizam cuidados de acordo com os diagnósticos que formulam) . Sei que é cada vez mais difícil ser enfermeiro…..mas sempre foi….é inerente à profissão. Agora deixo uma questão no ar.

Preferem pertencer a uma profissão que já não têm mais nada a conquistar, ou pertencer a outra que está a evoluir, em que vocês podem deixar o vosso contributo e serem mais um marco na história. Eu já sei…..e Vocês?

 


 

http://img2.timeinc.net/ew/dynamic/imgs/081002/nurse-jackie-edie-falco_l.jpg

http://relaxaegoza.files.wordpress.com/2008/03/old-book-bu-celeste-via-flicker-cc.jpg

http://www.provena.org/stjoes/images/125/2013%20old%20hosp%20Graduating%20class%201933%20has%20Sr%20Theresa%20on.jpg


comentar
publicado por Visao ENFernal, em 23.01.09 às 05:15link do post | favorito

 

 

Um estudo publicado na Critical Care apresentou resultados muito interessantes na área do atendimento urgente. O objectivo era garantir uma correlação entre o prognóstico que os sinais vitais (no caso concreto a TA e frequência cardíaca) e o valor do lactato no sangue garantem no atendimento pré-hospitalar e os respectivos "outcomes" já no serviço de urgência.

Apesar de apresentar várias limitações, dado se tratar de um estudo piloto em que foram analisados dados recolhidos entre 1997 e 1998 (ou seja, baseado numa realidade desfasada em cerca de 10 anos), e por incluir no grupo de estudo exclusivamente doentes que apresentaram sinais vitais instáveis, o resultado não poderia ser mais curioso: o valor do lactato no sangue tem maior valor de prognóstico do que os respectivos sinais vitais.

(clicar na imagem para aumentar)

De que forma se processa a avaliação desse prognóstico? Foi admitido um limiar de 3,5 mmol/L, em que após a primeira avaliação do lactato, acima desse valor identificar-se-ia com facilidade doentes em alto risco.

Este simples procedimento poderá, futuramente, permitir identificar com maior rigor população com maior probabilidade de morte, permitindo uma triagem mais eficaz dos doentes à entrada do SU, para além de garantir o tratamento mais direccionado, uma vez que com este valor será possível avaliar a eficácia dos procedimentos que estão a ser tomados para socorrer a vítima.

Transcrevo aqui neste post o resumo, o estudo completo poderá ser consultado neste link.

 

Retirado do Critical Care de 17 de Dezembro 2008

 

The prognostic value of blood lactate levels relative to that of vital signs in the pre-hospital setting: a pilot study

Introduction

 

A limitation of pre-hospital monitoring is that vital signs often do not change until a patient is in a critical stage. Blood lactate levels are suggested as a more sensitive parameter to evaluate a patient's condition. The aim of this pilot study was to find presumptive evidence for a relation between pre-hospital lactate levels and in-hospital mortality, corrected for vital sign abnormalities.

Methods

 

In this prospective observational study (n = 124), patients who required urgent ambulance dispatching and had a systolic blood pressure below 100 mmHg, a respiratory rate less than 10 or more than 29 breaths/minute, or a Glasgow Coma Scale (GCS) below 14 were enrolled. Nurses from Emergency Medical Services measured capillary or venous lactate levels using a hand-held device on arrival at the scene (T1) and just before or on arrival at the emergency department (T2). The primary outcome measured was in-hospital mortality.

Results

 

The average (standard deviation) time from T1 to T2 was 27 (10) minutes. Non-survivors (n = 32, 26%) had significantly higher lactate levels than survivors at T1 (5.3 vs 3.7 mmol/L) and at T2 (5.4 vs 3.2 mmol/L). Mortality was significantly higher in patients with lactate levels of 3.5 mmol/L or higher compared with those with lactate levels below 3.5 mmol/L (T1: 41 vs 12% and T2: 47 vs 15%). Also in the absence of hypotension, mortality was higher in those with higher lactate levels. In a multivariable Cox proportional hazard analysis including systolic blood pressure, heart rate, GCS (all at T1) and delta lactate level (from T1 to T2), only delta lactate level (hazard ratio (HR) = 0.20, 95% confidence interval (CI) = 0.05 to 0.76, p = 0.018) and GCS (HR = 0.93, 95% CI = 0.88 to 0.99, p = 0.022) were significant independent predictors of in-hospital mortality.

Conclusions

In a cohort of patients that required urgent ambulance dispatching, pre-hospital blood lactate levels were associated with in-hospital mortality and provided prognostic information superior to that provided by the patient's vital signs. There is potential for early detection of occult shock and pre-hospital resuscitation guided by lactate measurement. However, external validation is required before widespread implementation of lactate measurement in the out-of-hospital setting.

 

 


http://ccforum.com/content/12/6/R160/abstract/

http://ccforum.com/content/figures/cc7159-2.jpg

http://ccforum.com/content/12/6/R160/abstract/

http://www.zoemedical.com/images/PPM2%20Screen%20Shots/Main%20Screen.JPG

http://www.coastal.es/adm/fotos/20070726024754emergencia_SP.jpg


comentar
publicado por Visao ENFernal, em 21.01.09 às 23:17link do post | favorito

 

 

A pneumonia associada ao ventilador é um flagelo das unidades de cuidados intensivos. As medidas de precaução tradicionais não são suficientes, pelo que certas soluções mais vanguardistas assumem relevo. Falo dos tubos endotraqueais revestidos de Prata.

Com uma eficácia ainda por comprovar definitivamente, são lançados estudos em que se demonstrou ser eficaz em reduzir ou atrasar a pneumonia associada ao ventilador. Transcrevo o estudo divulgado no Critical Care.

Retirado do Critical Care de 1 de Janeiro de 2009

Protection Against Ventilator-Associated Pneumonia by Silver-Coated Endotracheal Tubes: An Unresolved Issue

 

Posted 01/12/2009

Tamar F. Barlam, M.D.; Dennis L. Kasper, M.D.

Author Information

 

 

 


Ventilator-associated pneumonia (VAP) is a major nosocomial infection that results in significant morbidity, mortality, and health care costs. Most strategies to reduce VAP attempt to decrease rates of colonization of the aerodigestive tract and aspiration of infected secretions. Silver has antimicrobial properties in vitro and may reduce biofilm formation on and bacterial adherence to the endotracheal tube. Kollef and colleagues (2008) conducted a prospective, randomized, multicenter, single-blind, controlled study in patients requiring >24 h of intubation to determine whether silver-coated endotracheal tubes can reduce the incidence of microbiologically confirmed VAP.

 

Patients recruited from December 2002 to March 2006 at 54 centers in North America were assigned to treatment groups in a 1:1 ratio, using block randomization by site. Each patient was intubated with either the experimental silver-coated tube or a control tube (Hi-Lo endotracheal tube; Mallinckrodt, St. Louis). Apart from the silver coating, the two types of tubes were similar. Bronchoalveolar lavage (BAL) fluid was subjected to quantitative culture if VAP was suspected. The primary outcome was VAP incidence, which was defined as a quantitative BAL fluid culture with ≥104 colony-forming units (CFU)/mL after intubation for ≥24 h. Secondary outcomes were time to occurrence of VAP; duration of endotracheal intubation, intensive care unit (ICU) stay, and hospital stay; and mortality rate.

 

Of 2003 patients randomized, 968 received the experimental tube and 964 received the control tube; 423 patients were intubated for <24 h. After randomization, a history of chronic obstructive pulmonary disease (COPD) was more common in the control group than in the experimental group (16.4% vs 11.6%; p = .007). The primary outcome of VAP was more common in the control group (7.5%; 95% CI, 5.7-9.7%) than in the silver coated-tube group (4.8%; 95% CI, 3.4-6.6%) (p = .03). The relative risk reduction in VAP incidence was 35.9% (95% CI, 3.6-69%). Of 264 patients with suspected VAP, 220 underwent BAL; >90% of these patients were taking antibiotics at the time of BAL. Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, and Enterobacteriaceae were the most common pathogens. In patients with silver-coated tubes, the relative risk of VAP incidence within 10 days of intubation was reduced and the occurrence of VAP was delayed (p = .005) in comparison with the control group; however, other secondary outcomes—mortality rate and duration of intubation, ICU stay, or hospital stay—did not differ between the two groups. The frequency and severity of adverse events were similar for the two types of endotracheal tubes.

 

The authors conclude that, compared with the uncoated tube, the silver-coated endotracheal tube is associated with a significant reduction in the incidence of VAP and a delay in VAP occurrence. They note that the silver-coated tube offers a unique approach to VAP prevention because it is user-independent after intubation and requires no further action on the part of the clinician. In an accompanying editorial, Chastre (2008) discusses the limitations of the study and the lack of robustness of the results. Only three more cases of VAP in the coated-tube group would have rendered the study statistically inconclusive. In addition, BAL culture results were probably affected by antibiotic use, which was not further described in the study, and the greater proportion of patients with COPD in the control group could have biased the results. Thus, although the silver-coated endotracheal tube may be appropriate for patients at very high risk of developing early-onset VAP (e.g., trauma patients), its use should not be viewed as definitively beneficial for VAP prevention until further data confirm its efficacy and cost benefit.


http://www.medscape.com/viewarticle/586501?src=mp&spon=32&uac=112990FZ

http://www.veterinaria.org/asociaciones/aevedi/Rinoscopia_caudal_2.jpg

http://enfermagem-intensiva.com/wp-content/uploads/2008/02/ventilador.jpg


comentar
publicado por Visao ENFernal, em 13.01.09 às 18:35link do post | favorito

 

 

Neste post vou falar do palonossetron, o sucessor do granissetron. Tal como este último, trata-se de um antiemético de uso hospitalar indicado para prevenção de náuseas e vómitos induzidos por quimioterapia.

Retirado do site Farmacia.com.pt de 13 de Janeiro de 2009

 

« Alguns regimes de quimioterapia têm uma elevada probabilidade de induzir vómitos graves, tanto imediatamente como depois de 2 a 5 dias (fase retardada).

O Dr. Mitsue Saito e colegas, do Hospital Universitário de Juntendo, em Tóquio, relataram que o novo fármaco, o palonossetrom (comercalizado como Aloxi), é comparável ao antigo agente, o granissetrom (comercalizado como Kytril ou em diversas versões genéricas), na prevenção dos vómitos na fase imediata, sendo superior na fase retardada.

O estudo, publicado na “Lancet Oncology”, envolveu 1.143 pacientes que receberam aleatoriamente uma única dose de palonossetrom ou de granissetrom 30 minutos antes do tratamento com quimioterapia.

Os investigadores explicaram que o resultado principal foi a proporção de pacientes que não experienciaram qualquer episódio de vómitos durante a fase imediata (zero a 24 horas após a quimioterapia) e a fase retardada (24 a 120 horas após a quimioterapia).

Os vómitos na fase inicial foram completamente evitados em 75,3 por cento dos pacientes que receberam palonossetrom e em 73,3 por cento dos que receberam granissetrom. Durante a fase retardada, a taxa de prevenção completa foi significativamente mais elevada no grupo que recebeu palonossetrom com 56,8 por cento, em comparação aos 44,5 por cento do grupo do granissetrom.

O principal efeito secundário relacionado com o tratamento foi a obstipaçao, que ocorreu em 17,4 por cento dos pacientes tratados com palonossetrom e em 15,7 por cento daqueles tratados com granissetrom.»


http://www.diarioon.com.br/new/fotos/C17431-1.gif

http://www.farmacia.com.pt/index.php?name=News&file=article&sid=6534

 


comentar
publicado por Visao ENFernal, em 13.01.09 às 18:13link do post | favorito

 

 

Investigadores encontram-se a estudar formas de provocar o arrefecimento do cérebro de forma rápida mas sem lesar as estruturas corporais. Este procedimento pode diminuir de forma importante os danos cerebrais após um EAM, dado que o arrefecimento diminui o metabolismo celular e, consequentemente, as necessidades energéticas são inferiores.

Para se compreender melhor este assunto, cito na íntegra o artigo publicado no Ciência Hoje.

in Ciência Hoje 08 de Janeiro 2009

De acordo com a revista "New Scientist", os investigadores acreditam que diminuir quatro graus centígrados da temperatura do cérebro reduz o metabolismo das células cerebrais, limitando a sua 'fome' de oxigénio em momentos cruciais em que há problemas de irrigação sanguínea.

No passado, os médicos induziam a hipotermia terapêutica com pacotes de gelo ou com mantas refrigeradas a todo o corpo ou injectando nas veias uma solução salina fria, técnicas que - ao esfriar todo o corpo - podem aumentar os riscos de infecções e de pneumonia, segundo a mesma revista.

Bridget Harris, estudante de Medicina da Universidade de Edimburgo, Irlanda, criou uma espécie de 'capacete refrigerador' (consiste em duas camadas de «nylon» que se ajustam à cabeça, uma sobre a outra, e a mais próxima à pele tem pequenas perfurações) através do qual pode ser induzida uma ligeira hipotermia no cérebro. O 'capacete' aproveita a densa rede de vasos sanguíneos no couro cabeludo que transportam o sangue ao cérebro. O ar frio passa entre as camadas e as perfurações permitem que o ar penetre na pele em intervalos regulares, levando ao arrefecimento dos vasos sanguíneos.

Segundo a "New Scientist", a aplicação desta técnica em voluntários permitiu, em uma hora, arrefecer o cérebro em um grau centígrado, feito que, mais ou menos, é alcançado com os métodos tradicionais de refrigeração do corpo inteiro.

Com o objectivo de conseguir uma mudança mais rápida na temperatura do cérebro, outros investigadores encontram-se a desenvolver diferentes técnicas, como o arrefecimento da cavidade nasal, para arrefecer o sangue antes que este chegue ao cérebro.

Estudos realizados em animais indicam que a utilização desta técnica pode arrefecer o cérebro até 2,4 graus centígrados em uma hora, segundo a mesma publicação.

Outra possibilidade é arrefecer o sangue procedente dos pulmões (uma vez que as artérias carótidas vão directamente do peito à cabeça), uma técnica que está a ser desenvolvida actualmente por um grupo de cientistas do Argonne National Laboratory de Illinois, nos Estados Unidos.

 


http://abnormalbrain.bizland.com/brainfreeze.jpg

http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=28906&op=all

http://www.mc.vanderbilt.edu/reporter/reporter_jpgs/reporter_9.10.99_2.jpg

http://www.quickcool.se/upload/QC_device_hightech_link.jpg


comentar
publicado por Visao ENFernal, em 11.01.09 às 14:09link do post | favorito

 

 

O palliativedrugs.com é um site de referência no campo dos cuidados paliativos. Com a colaboração do Enfº. Nuno Abreu, o Visão ENFernal divulga esta enorme base de dados sobre os fármacos utilizados em cuidados paliativos, fornecendo informações aos profissionais de saúde sobre as vias de administração, procedimentos de preparação, compatibilidade de drogas em perfusão e, principalmente, a implementação da técnica de hipodermoclise.

Requer um extenso registo para aceder a todas as funcionalidades do site, contudo vale a pena a todos os que se interessa e trabalham na área dos paliativos.

 

http://palliativedrugs.com/

Neste post falamos também de um blogue da área da saúde. "Lúpus, um blogue sobre a doença" é um espaço dedicado à Cláudia, uma Mulher que tive o prazer de conhecer e o imenso gosto em cuidar. Sempre com um "sorriso maroto", enfrenta o seu lúpus com imensa coragem e a sua história encontra-se ilustrada no blogue alojado no site descrito em baixo.

Aqui podemos encontrar para além do percurso clínico da Cláudia, relatos de outros portadores de Lúpus bem como informação científica sobre a doença e respectivo tratamento.

 

Lúpus, um blogue sobre a doença

 


http://palliativedrugs.com/

http://www.tonymadureira.blogspot.com/

http://www.agilessistemas.com.br/imagens/anunciar01.jpg


comentar
publicado por Visao ENFernal, em 02.01.09 às 14:34link do post | favorito

No mês de Outubro de 2007, o Visão ENFernal apresentava um post sobre a tigeciclina, um antibiótico do laboratório Wieth que surgiu como alternativa no tratamento de infecções problemáticas por agentes resistentes. Hoje, iremos descobrir um pouco mais sobre este antibiótico.

Surge uma nova classe de antibióticos - as glicilciclinas. Dentro deste grupo insere-se o único antibiótico da classe disponível para consumo clínico, a tigeciclina, um inibidor da síntese proteica através da ligação às subunidades 30S dos ribossomas. Como um derivado das tetraciclinas, apresenta um largo espectro de acção, sendo eficaz sobre cocus gram positivos multiresistentes. O mesmo não se verifica no combate a infecções provocadas por pseudomonas e a sua acção contra Acinectobacter baumanii continua duvidosa.

A FDA aprovou a tigeciclina para o tratamento de infecções complicadas da pele e tecidos moles e infecções abdominais complicadas. Recentemente encontra-se em estudo a indicação da tigeciclina para o tratamento de pneumonias adquiridas da comunidade, apresentando uma taxa de sucesso de 90%, quando a levofloxacina apresenta eficácia na ordem dos 86%.

Segundo o laboratório, poderemos obter um espectro assim descrito:

  • Complicated skin and skin structure infections caused by Escherichia coli, Enterococcus faecalis (vancomycin-susceptible isolates only), Staphylococcus aureus (methicillin-susceptible and -resistant isolates), Streptococcus agalactiae, streptococcus anginosus group (includes S. anginosus, S. intermedius, and S. constellatus), Streptococcus pyogenes, and Bacteroides fragilis
  • Complicated intra-abdominal infections caused by Citrobacter freundii, Enterobacter cloacae, Escherichia coli, Klebsiella oxytoca, Klebsiella pneumoniae, Enterococcus faecalis (vancomycin-susceptible isolates only), Staphylococcus aureus (methicillin-susceptible isolates only), Streptococcus anginosus group (includes S. anginosus, S. intermedius, and S. constellatus), Bacteroides fragilis, Bacteroides thetaiotaomicron, Bacteroides uniformis, Bacteroides vulgatus, Clostridium perfringens, and Peptostreptococcus micros

 

Apresenta uma semi-vida de 42h, o que permite uma administração segura de 12 em 12h. Inicialmente é administrada uma dose de 100 mg via endovenosa, seguindo-se de perfusões de 50 mg. Em doentes insuficientes renais não é necessário ajuste da posologia (a excreção é predominantemente biliar e fecal), contudo em doentes insuficientes hepáticos Child Pugh C recomenda-se a dosagem de 25 mg em cada 12h.


A utilização deste antibiótico poderá provocar frequentemente náuseas, vómitos e diarreia. O perfil de reacções adversas é semelhante ao grupo das tetraciclinas, pelo que não deverá ser utilizado em menores de 18 anos nem durante a gravidez.

Quanto ao modo de preparação, salienta-se o quadro seguinte retirado do site da Wieth:

(clicar na imagem para ampliar)

Para preparação deverá ser introduzido no frasco 5,3 ml de NaCL 0,9% ou Dextrose 5% para obtenção de uma solução com 10 mg/ml (não reconstituir com água bidestilada!) e diluir em 100 ml de SF ou Dextrose 5% (a concentração final não deverá ultrapassar de 1mg/ml). A perfusão do fármaco deverá ser efectuado num intervalo de 30 a 60 minutos.

Para mais informações, poderão ser consultados os links descritos na recolha de informação.


 

http://www.farmacia.com.pt/index.php?name=News&file=article&sid=4912

http://www.revista-api.com/2%20edicao%202006/pdfs/mat%2007.pdf

http://www.hc.ufmg.br/ccih/ap_encontro2007/estrat_tratamento_bact_multidroga_resistente.pdf

http://cc04-10.med.up.pt/Farmaco/Antibioticos.pdf

http://www.infectologia.org.br/default.asp?site_Acao=mostrapagina&paginaId=136&mNoti_Acao=mostraNoticia&categoriaId=6&noticiaId=98

http://www.wyeth.com/products_hcp?product=/wyeth_html/home/products/prescription/Tygacil%C2%AE%20(tigecycline)%20for%20injection/Tygacil%C2%AE%20(tigecycline)%20for%20injection_overview.html

http://www.infarmed.pt/prontuario/framenavegaarvore.php?id=16

http://www.wyeth.com/hcp/tygacil/dosing/reformulation

http://www.wyeth.pt/news/archive?nav=display&navTo=/wyeth_html/home/news/pressreleases/2005/1145587980184.html

http://www.wyeth.com/resources/minisites/tygacil/images/serum_profile.gif

http://www.wyeth.com/hcp/tygacil/dosing/administration

 


comentar
publicado por Visao ENFernal, em 02.01.09 às 12:13link do post | favorito

 

 

A subjectividade perante a dor é um facto mais que comprovado, contudo as diferenças sentidas atendendo ao género continuam uma incerteza. Há quem aponte que a dor sentida pelas mulheres é desvalorizada, enquanto outros defendem a maior capacidade no seu controlo por parte dos homens. Já um estudo realizado descreve mecanismos de analgesia fisiologicamente distintos entre ambos os sexos por alterações estruturais recentemente investigadas.

Utilizando como analgésico a morfina, obteve-se um resultado discrepante no alívio da dor entre os ratos machos e fémeas, uma vez que os machos apresentam maior sensibilidade à morfina por possuírem maior quantidade de receptores opióides no SNC. Neste sentido e segundo aponta o estudo, a morfina poderá provocar nas mulheres menor analgesia e maior quantidade de efeitos secundários, pelo que se existir alguma comparação possível entre os ratos e os humanos, será necessário repensar em novos mecanismos de analgesia para colmatar as necessidades das mulheres no controlo da dor.

 

In ScienceNOW Daily News 23 December 2008

 

«The new study used rats in part because they exhibit a clear sex difference in morphine sensitivity, explains lead researcher Anne Murphy, a neuroscientist at Georgia State University in Atlanta. In a standard lab test, for example, both male and female rats will withdraw a paw from a hot probe in 8 or 9 seconds. After a shot of morphine, the females might tolerate the probe for another second or two, but males let the paw linger up to 20 seconds, Murphy says.

 


 

In tomorrow's Journal of Neuroscience, Murphy and colleagues report that male rats have a higher density of μ-opioid receptors in a portion of the periaqueductal gray, a brain region implicated in previous experiments as a likely site of action for opioid drugs like morphine. Injecting morphine directly into this area had a powerful analgesic effect for male, but not female, rats. When the researchers killed neurons with μ-opioid receptors by injecting a toxin bound to a morphine lookalike compound, the drug lost its analgesic effect for males, but not females. Murphy says the findings, taken together, suggest that the difference in μ-opioid receptors in the periaqueductal gray explains the sex difference in morphine sensitivity in rats.

 

A better understanding of underlying neurobiology could one day lead to more effective pain drugs for women, Murphy says, adding that human studies have suggested that morphine produces less analgesia--and more side effects--in women.

 


 

"This is ... a breakthrough in finding a viable mechanism of action for sex differences in opiate analgesia in animals," says Richard Bodnar, a neuroscientist at City University of New York, Queens College. Other researchers have suggested that there may be sex differences in opioid receptor number or function in pain-related areas of the brain, but "this work is the first to definitively demonstrate such differences," says neuroscientist Rebecca Craft of Washington State University, Pullman.

Could it also explain differences in opioid sensitivity in people? "There are probably some parallels," says Craft, "but it's a bit early to tell how strong the relationship is between human and animal work in this area."»


http://www.jneurosci.org/cgi/content/abstract/28/52/14007

http://www.informationliberation.com/files/Morphine_sulfate2.jpg

http://sciencenow.sciencemag.org/cgi/content/full/2008/1223/2

http://meuslivros.weblog.com.pt/arquivo/pensar-12.jpg


mais sobre mim
Janeiro 2009
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9
10

12
14
15
16
17

18
19
20
22
24

25
26
27
28
29
31


links
pesquisar
 
blogs SAPO
subscrever feeds