O Visão Enfernal volta e a REvolta contra a Enfermagem como arte continua. A sua afirmação como ciência voltará a tomar lugar neste blogue, centrando a sua essência na divulgação da mais recente evidência científica.
comentar
publicado por Visao ENFernal, em 08.11.07 às 01:04link do post | favorito


 

Tenho dúvidas sobre a comparticipação da vacina no nosso pais...


 

 

 

 

 

Para começar, os índices de mortalidade no nosso país são escandalosos, temos a mais alta incidência da Europa deste cancro, sendo o vírus HPV a principal causa. A média Europeia ronda os 10 casos por cada 100000 mulheres, ao passo de que em Portugal ronda as 17/100000. Contudo o nosso país padece da ausência de um programa nacional de rastreio ao cancro do colo do útero e, segundo o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, cerca de 70% das mulheres são afectadas pelo vírus do papiloma humano e mais de 80% delas contactará com ele a qualquer altura da vida.

 

 

Apesar do exame citológico ser gratuito nos centros de saúde, nem todas as mulheres usufruem desse direito. Sim, mas há quem defenda que existem muitas mulheres que recorrem ao privado, mas onde está documentado? Estão dados estatísticos elaborados e validados sobre isso?

 


 

Apesar das taxas de adesão não andarem muito longe da média Europeia, continuamos a utilizar o teste de papanicolau tradicional, enquanto os parceiros Europeus utilizam o rastreio virológico cuja sensibilidade é superior.

 

 

Não existem dados concretos das taxas de incidência de cancro do colo do útero no território português, dada a falta de informações adquiridas pelas instituições privadas – nomeadamente laboratórios -, podendo a realidade ser mais crítica daquela que os dados disponíveis apontam.

 

 

A vacina não erradica a infecção já presente, mas pode induzir benefício numa mulher já infectada com o HPV. Pode ser um benefício ou um factor contraproducente: induz desleixo, descuro nas práticas de prevenção, logo retomamos ao ciclo vicioso.

 

 

A vacina assegura uma protecção total contra os subtipos do vírus mais perigoso, associados a 75% dos casos de cancro do colo do útero. Contudo não confere protecção contra os 25% restantes.

 

Por último, e puxando a brasa à minha sardinha, a fraca adesão ao rastreio citológico está associado ao mau funcionamento dos serviços de saúde, que por sua vez encontra-se associado à falta de recursos humanos nos cuidados primários. Permitam-me “postar” aqui um dejá vu:

 

 


 

 

 

A título de curiosidade, deixo aqui a posição da Junta Directiva de la Sociedad Española de Medicina de Familia y Comunitaria, relativamente à inserção da vacina no plano de vacinação em Espanha.


 
  • Magnitud: la incidencia y morbi-mortalidad de la enfermedad es baja en nuestro país.
  • La infección por el VPH es una causa necesaria, pero no suficiente. En nuestro país, la mayor parte de las infecciones cursan de forma asintomática y en el 80-90 % de los casos se resuelven espontáneamente.
  • La vacuna no es una vacuna terapéutica.
  • La vacuna sólo es eficaz para prevenir lesiones displásicas por los genotipos incluidos en la vacuna.
  • Se desconoce la efectividad de la vacuna en el grupo de edad en el que se recomienda su aplicación como vacuna sistemática (9-14 años)
  • No se conoce la efectividad real, ni la duración de la inmunidad ni la necesidad de dosis de recuerdo.
  • En mujeres que han iniciado relaciones sexuales, la efectividad es muy baja y en algunos casos puede ser discutible.
  • No se dispone de datos de seguridad a largo plazo
  • Existen dos vacunas distintas y se desconoce si son intercambiables: Tetravalente: 6, 11, 16 y 18 (displasias y verrugas)- Gardasil Bivalente: 16 y 18 (displasias) - Cervarix
  • Puede administrarse conjuntamente con la vacuna de la hepatitis B, pero está pendiente estudiar la compatibilidad con otras vacunas
  • Existe la necesidad de seguir investigando i. Hacer estudios epidemiológicos y seguimiento de seguridad ii. Efectividad en otros grupos: varones, inmunodeprimidos...
  • La vacunación no sustituye la necesidad de seguir realizando cribado en mujeres vacunadas y no vacunadas
  • La vacunación es una actividad preventiva complementaria a otras actividades (preservativo, cribado...) en una estrategia preventiva global
  • Dadas las dudas expuestas sobre la efectividad de la vacuna, su coste- efectividad es discutible Por último, la semFYC considera que en caso de adoptarse finalmente la decisión de incluirla en el calendario vacunal, se recomienda restringir su uso solamente a las indicaciones aprobadas por el Consejo Interterritorial, evitando recomendarla a otros grupos de edad."
tags: ,

mais sobre mim
Novembro 2007
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9

11
12
14
16

18
21
24

25
28
30


links
pesquisar
 
blogs SAPO
subscrever feeds